Atacada em ponto, operadora de caixa é nova vítima de 'maníaco da seringa'


Por Alexandre Lyrio e Maria Landeiro

Uma operadora de caixa de 41 anos estava em um ponto de ônibus quando foi atacada por homem com uma seringa. Encostada em um poste, na tarde desta terça-feira (18), ela sentiu uma picada nas nádegas e, quando olhou para trás, viu um homem negro se afastando do local sorrindo e com a arma do crime nas mãos. Segundo a vítima descreveu ao CORREIO, ele usava uma camisa listrada nas cores branca e azul.

A caixa é, ao que tudo indica, a terceira vítima que se tem notícia do maníaco da seringa. As outras são um motorista de ônibus e um soldado do exército. O novo ataque ocorreu na rua Lélis Piedade, na Ribeira. "O ponto tava cheio de crianças da Vila Militar. Eu tava encostada no poste e senti a picada. Quando olhei para trás ele me mostrou a seringa e saiu dando risada", relatou. "Senti as pernas dormentes e o local dolorido".

Ela foi à delegacia prestar queixa e depois seguiu para o Hospital Couto Maia. Mas, para sua surpresa, os médicos disseram que só a atenderiam com um relatório da polícia. "Voltei na delegacia para pegar. Lá eu vomitei e já tava com a perna dormente. O policial que me atendeu até ficou indignado porque eu deveria receber atendimento imediato. Só consegui ser atendida no hospital por volta das 15h", conta.


Na unidade de saúde, ela passou por exames de sangue e tomou três tipos de vacina. "Me deram também três caixas de coquetel para HIV". Amanhã, ela deverá ir ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) realizar mais exames.
Hoje, a primeira vítima do maníaco falou pela primeira vez. No dia 18 de setembro um motorista de ônibus registrou queixa na mesma delegacia por ter sido vítima de um ataque semelhante, também na Ribeira.  

O motorista diz que parou o veículo que dirigia em um ponto quando foi perfurado na região da face por um homem desconhecido. “O cara entrou pela frente e, antes de passar o torniquete, me atacou e desceu do ônibus”, contou. Ele está debilitado devido aos efeitos colaterais do coquetel de remédios. “Me deram medicamentos para hepatite, tétano e HIV. Vou tomar 28 dias”. O rodoviário está preocupado com o conteúdo da seringa. “Não tem como não se preocupar. Vai saber o que ele colocou ali dentro”.

A outra vítima do maníaco da seringa é um soldado do exército que foi hoje na 1ª Delegacia (Barris) prestar depoimento. “Mas ele disse que não viu o rosto dele, que estava de lado quando foi atacado. Só viu o homem correndo”, diz o delegado Adailton Adan, que ainda não tem pistas do criminoso. “Estamos investigando, buscando ouvir pessoas nas proximidades de onde ocorreu o fato e atrás de imagens de câmeras”, declarou.

Correntes
Pelas redes sociais, fotos que seriam do maníaco da seringa estão se disseminando. Uma delas traz o motorista Valfredo Pereira de Souza, 39 anos, que recebeu a imagem de um colega de trabalho. Ele também foi até a 1ª Delegacia para ser ouvido. 

O motorista ficou sabendo que sua imagem era associada ao criminoso na última segunda-feira. “Tenho muito medo da reação das pessoas. Daqui que tente convencer de que ele não sou eu, eu já terei apanhando e muito ou até morto”, declarou. Ele disse que a associação já lhe trouxe alguns problemas, que atingiram também sua família. “Meu filho de 13 anos, que mora com a mãe dele em Alagoinhas e por isso quase não o vejo, terá que voltar para casa. Ele está comigo há pouco tempo e terá que voltar para casa porque a mãe dele teme que as pessoas o ataquem por causa disso”, declarou o motorista. “O único problema de saúde que tenho é a minha pressão que está descompensada com toda essa situação”, disse.

Segundo ele, por causa da associação de sua imagem com o maníaco, alguns passageiros já começam a tratá-lo com indiferença. “As pessoas estão me olhando como se fosse um bandido. Alguns fazem comentários do tipo: ‘A gente convive com uma pessoa, mas não conhecemos o caráter dela’. Isso me machucou bastante. Não sou esse cara que estão dizendo por aí”, desabafou. 


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